sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

we're here because we're here because we're here

vocês já leram tartarugas até lá embaixo, do john green?

(nem eu acredito que tô falando sobre um livro desse homem em pleno 2018, no alto dos meus quase 23 anos de idade. mas na verdade nem é sobre o livro em si que eu quero falar, é sobre uma personagem específica. é que pra entender o que eu tô dizendo tem que ter lido o livro, né. e se você não leu o livro mas pretende ler, acho que seria interessante deixar esse post pra depois. vai que eu falo alguma coisa aqui sobre a personagem que pode estragar a sua experiência de leitura? bom, é por sua conta e risco. depois não diz que eu não avisei.)

* * *

aza holmes.


me identifiquei com ela em alguns níveis. não tanto a ponto de ser algo assustador, mas ainda assim teve momentos em que eu quis entrar no livro, pegar na mãozinha dela e falar "miga, vamos juntas". dava agonia de ler.

as crises de ansiedade, os pensamentos em espiral, as travas pra fazer coisas simples que todo mundo faz, mas você simplesmente não consegue...

ela começa o livro deixando claro que sente como se não fosse real. tem momentos em que eu preciso me convencer de que eu realmente existo, de que eu estou aqui, de que isso tudo não é fruto da minha imaginação ou de sei lá de que força superior (ou de uma programação, vai saber). ((bom, ela é uma personagem literária, então ela não é real mesmo, mas naquele universo ela existe. vocês entenderam.))

a aza tem problemas com bactérias, tipo não conseguir ficar tranquila ao beijar o menino que ela gosta porque não consegue parar de pensar que as bactérias da boca do rapaz vão entrar no corpo dela e mudar toda a sua microbiota. eu não me importo muito com as bactérias, na maioria do tempo nem lembro que elas existem e que ocupam um pedaço absurdamente grande do meu corpo, mas eu também tenho certas minhocas na cabeça que me impedem de ficar em paz. nada que me atrapalhe no mesmo grau, mas que existe uma voz martelando coisas na minha mente pra estragar o momento, ah existe.

a aza também tem um machucado no dedo que ela não consegue deixar curar. ela vive remexendo na ferida. principalmente quando a ansiedade ataca. quando eu me sinto ansiosa, preciso apertar alguma parte do meu corpo. normalmente a nuca ou os braços, depende do que for menos esquisito na hora (se eu tiver no meio das pessoas, não vou sair apertando o pescoço senão vão pensar que eu sou maluca, né? ^^). é quase a mesma coisa. eu me aperto pra voltar pra realidade, pro momento presente. sabe aquela velha história de "me belisca pra ver que eu não tô sonhando"? é tipo isso. digamos que ela reabra a ferida mais ou menos pela mesma razão.

sempre que eu me identifico com a personagem que precisa de ajuda psicológica, eu fico me perguntando por que raios eu ainda não fui atrás de um psicólogo também. é claro que a pergunta é retórica, porque eu sei bem as minhas razões. mas o plano é algum dia conseguir realmente conversar com alguém sobre tudo o que me atrapalha. enquanto eu não faço isso, continuo usando esse espaço aqui como forma de me livrar de uns fantasminhas. recomendo que todo mundo faça o mesmo. (ou que arrume alguma outra maneira tão eficaz quanto essa. escrever é o que funciona pra mim, se pra você o que dá certo é correr 15km por dia: vai que é tua! o importante é se cuidar. <3)

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