terça-feira, 4 de outubro de 2016

can i get an amen?

faz uns dias que eu falei aqui sobre o fim do meu estágio, né? e disse que voltaria no meio de outubro, ao final do meu contrato, pra contar um pouquinho mais dessa experiência. o fato é que eu tô antecipando em duas semanas esse post por motivos de: já não estou trabalhando mais!!! eu ainda tinha quinze dias de recesso pra tirar, então emendei essas mini férias com o final do estágio e TCHARAMMM, já tô lindamente deitada em berço esplêndido na minha casa enquanto escrevo isso daqui :)

olha, eu acho realmente que essa antecipação foi uma recompensa do universo por eu ter aguentado todo esse tempo sem cometer nenhum crime, sem ter xingado a minha chefe, sem ter tentado explodir a empresa. enfim, por sempre ter me comportado direitinho conforme o esperado apesar da vontade de sair chutando todos os baldes pelo caminho. ^^

eu fiz um ano de estágio na área de acessibilidade da tv cultura, redigindo e revisando os roteiros de audiodescrição da grade da emissora. mesmo depois de tanto tempo eu ainda não sei explicar o que é e como funciona exatamente a AD de uma forma adulta, então deixarei aqui a definição da wikipedia: "Audiodescrição é a uma faixa narrativa adicional para os cegos e deficientes visuais consumidores de meios de comunicação visual, onde se incluem a televisão e o cinema, a dança, a ópera e as artes visuais. Consiste num narrador que fala durante a apresentação, descrevendo o que está a acontecer no ecrã durante as pausas naturais do áudio e por vezes durante diálogos, quando considerado necessário". é um negócio muito legal, de verdade. caso alguém se interesse em saber mais, vale a pena dar uma pesquisadinha nas internets ;)

não entrarei em muitos detalhes aqui pra não correr o risco de me complicar futuramente, mas preciso dizer que, mesmo que esse estágio tivesse todo o potencial do mundo pra ser o maior sucesso possível, foi bem frustrante. primeiro porque não tinha nada a ver com o meu curso, então em vez de me ajudar a colocar os meus aprendizados em prática, só servia pra me tomar tempo e me impedir de estudar. segundo porque a carga de trabalho era ínfima, já que a empresa só tá preocupada em acessibilizar o mínimo de horas de programação exigido por lei, então se você coloca cinco (!) estagiários pra dar conta de meia dúzia de programas que costumam inclusive reprisar com uma frequência meio alta, é óbvio que essas pessoas vão passar muito, mas muito tempo mesmo sem ter absolutamente nenhum trabalho pra fazer. e terceiro porque o salário, meus amigos, ele era tão pequenininho que não parecia nem real.

mas não posso só falar mal, já que esperei meu contrato acabar porque quis, então algo de bom deve ter me motivado. né? então... a empresa é super pertinho da minha casa, o que é praticamente uma raridade, e isso foi uma das coisas que mais pesou pra mim. e como eu moro com meus pais e não tenho nenhuma conta fixa pra pagar, eu não preciso de um salário absurdo de alto (gostaria muito né, sinceramente, mas precisar eu num preciso não). isso sem contar o vale refeição e o vale transporte, que livraram d+ a minha cara. e a empresa é super tranquila, os horários eram tão flexíveis que se eu quisesse chegar às 10h da manhã na segunda e as 16h da tarde na terça ninguém ia se importar, se eu quisesse ir trabalhar de chinelo e pijama também não teria problema nenhum... então é assim: realmente não era o trabalho mais motivante do mundo (muito pelo contrário), mas tinha umas vantagens que eu simplesmente não podia deixar de levar em consideração.

cumpri meu contrato da melhor maneira possível, mas recusei estender por mais um ano porque eu simplesmente não podia me obrigar a continuar sofrendo dessa forma. foi com um alívio imenso que eu disse pra minha chefe que não tava interessada em renovar o contrato não, obrigada, valeu pela oportunidade mas eu realmente vou deixar passar etc. :)

fazendo um resuminho básico, o que eu aprendi com essa experiência foi:

1) um ano passa muito rápido - por mais que os (muitos) dias sem trabalho tivessem se arrastado, os meus doze meses na empresa voaram! meu contrato acabou mais rápido do que eu esperava, por mais que eu já estivesse frustrada e querendo ir embora desde o quarto mês hahaha

2) um chefe ruim pode acabar com a saúde dos funcionários - não que minha chefe fosse daquelas horríveis que a gente vê em filme, mas ela realmente não facilitava muito a nossa vida. tenho um monte de coisa pra elogiar nela também, mas a parte ruim era meio sufocante pra mim. tinha dias que eu contava os minutos pra ela ir embora, porque parece que ficava até mais fácil de respirar depois que ela ia. era todo dia uma dor de cabeça diferente, uma sensação bem ruim mesmo :(

3) muito trabalho é melhor do que trabalho nenhum - gente, sério, confia em mim quando eu digo isso!!! eu sei que provavelmente você tá lendo isso e tá achando que eu reclamo de barriga cheia, que ter tempo livre no trabalho é o sonho de qualquer um e coisa e tal. e eu até concordo com você, desde que isso aconteça esporadicamente e não todo santo dia por um mês. porra, imagina você passar seis horas do seu dia preso numa sala fechada, sentado na frente do computador, sem absolutamente nada pra fazer ali? desperdiçando 1/4 de dia, sendo inútil por todo esse tempo, quando você poderia estar em qualquer outro lugar do mundo que isso não faria a menor diferença... soma a frustração de se sentir desnecessário com a obrigação de estar ali mesmo assim por praticamente um ano e depois me fala se num é um negócio que desgraça a cabeça da gente!!

4) faça amizade com as pessoas que trabalham com você - já que é pra ficar seis horas do lado dessas pessoas sem ter nada de útil pra fazer, então vire amigo delas pra tornar a coisa toda pelo menos um pouquinho mais divertida. e mais fácil de ser vivida, também!!

pra finalizar, dá pra dizer que apesar de ter sido uma bosta, também foi uma experiência boa! esse primeiro estágio vai ficar guardadinho num lugar especial, disso eu tenho certeza. :)

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