terça-feira, 4 de agosto de 2015

queria ver você feliz - adriana falcão

meu namorado me perguntou o que eu queria ganhar de presente de aniversário esse ano. dentre as opções, estava esse livro. além de ter me dado outras setenta e duas coisas, ele também me deu o tal livrinho. um mês depois de ganhar, resolvi pegar pra ler. pra compensar essa demora toda, li o livro em dois dias.


a adriana é a mesma autora do luna clara & apolo onze, meu livro preferido. mas queria ver você feliz, diferente do anterior, não é de ficção. é baseado na história de amor dos pais dela, caio e maria augusta. os dois se conheceram ainda adolescentes, bem novinhos, e ficaram juntos até o fim de suas vidas. ah, um fato interessante: história é narrada pelo amor.


eu não sabia nada sobre esse livro, mas assim que li as informações contidas na aba (orelha é um nome feio, gente, desculpa), eu fiquei ansiosa. basicamente, é uma história louca de amor que começa no início dos anos 40 e tem como protagonistas um melancólico e uma obsessiva. além da narração feita pelo amor, a história é contada por meio das cartas e telegramas trocados pelo casal ao longo dos anos. 

o narrador, descontraído, cativante e um tantinho egocêntrico, conta com detalhes como foi que os dois se conheceram, além de todo o desenrolar da história. desde o comecinho, bilhetes foram trocados. e todos os papéis enviados foram guardados, possibilitando então a criação de um livro assim, tão real. a gente acompanha o início tímido, o aumento da intensidade, a tentativa de afastamento, o crescimento do amor, o surgimento dos problemas, o ciúmes, a intensificação assustadora dos problemas, o casamento, o nascimento das filhas, a loucura, o nascimento da filha-salvação, a mudança, o nascimento das netas, a depressão, infinitas perdas e o final trágico.  


e por trágico eu quero dizer: sufocantemente triste. ou tristemente sufocante. ou me fez chorar duzentas lágrimas por olho. ou qualquer coisa que o valha. não foi de todo surpreendente, os indícios estão todos lá se prestarmos atenção. mas, ainda assim, foi um baque. mais pelo fato de ser uma história real, eu acho. triste pra caramba.

confesso que esse esquema de montar a narrativa por meio das cartas não me agradou tanto. assim, eu achei a ideia ótima. nunca li nada com essa estrutura, então foi bem diferente do que eu tô acostumada a ler (e isso é bom!), mas achei cansativo também. as cartas eram bem longas, mas a maioria era bem parecida. maria augusta cobrando atenção, caio falando de alguma coisa chata do trabalho, maria augusta surtada pedindo mais cartas... às vezes caio surpreendia e tinha momentos mais carinhosos do que o normal, mas nada que não voltasse ao de sempre na próxima carta. eu realmente preferi as partes do narrador do que as cartas, mas talvez seja puramente questão de gosto mesmo. 


ah, a primeira coisa a aparecer é essa árvore genealógica aí em cima, pra ninguém se perder na bagunça que é essa família. e o livro é dedicado à rosina e à patrícia, as duas irmãs da adriana. duas que, assim como ela, perderam os pais super cedo. e viram os pais se enfiando em poços cada vez mais fundos. e passaram por várias barras, absolutamente pesadas. mas que continuaram unidas, apoiando umas às outras. do jeito que deveria sempre ser.

pra concluir, o livro não conquistou meu coração por completo por causa do meu probleminha lá em cima em relação às cartas. li de uma vez só até a página 104 e tava achando bom, mas um pouquinho maçante. no dia seguinte peguei pra ler as 53 páginas restantes (sim, é curtinho) e aí sim foi arrebatador. a leitura vale a pena, com certeza. mas se eu tivesse de dar uma nota, creio que não passaria de 7,5. 


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