terça-feira, 18 de agosto de 2015

madame bovary, o livro que me tomou 1 mês

alguns dias antes de entrarmos em julho eu descobri a existência do clube do livro da noelle (clica nos dois links, gente!) e fiquei super empolgada pra participar, a ideia de ser parte de um desses sempre esteve aqui presente em mim. pra me incentivar ainda mais, a leitura escolhida pelo clube pra esse meu primeiro mês foi justo MADAME BOVARY, do flaubert. e isso era um incentivo por motivos de:

1) eu tenho esse livro há tempos 
2) ele tá na minha lista de espera desde que chegou 
3) a lista só cresce, então tava na hora de eu me livrar dessa leiturinha de uma vez por todas


quem me deu o livro foi meu namorado. aliás, acho importante registrar que ele é esse tipo maravilhoso de pessoa que acha uns livros já esquecidos em casa e separa pra me dar, sabendo que eu me interesso pelas leituras. puro amor! <3 sendo assim, de repente, eu apareci em casa com um montinho de volumes novos, só esperando pelo dia em que eu criaria coragem para lê-los. minha minha mãe pegou madame bovary pra ler no momento em que colocou os olhos nele, ou seja, ela leu antes de mim. o curioso é que passaram-se infinitos tempos e ela não tinha terminado ainda. eu entendo que minha mãe tem muita coisa pra fazer e nem sempre sobra tempo pra leitura, então não levei muito em consideração a tal demora, mas eu realmente deveria ter desconfiado de alguma coisa...

quando eu disse "mãe, vou pegar o bovary, tá? é a leitura do mês no clube que eu tô participando, depois te devolvo", ela não pensou nem por 1 segundo antes de me entregar, não teve aquele momentinho de hesitação de quem pretende terminar de ler. outro sinal de que algo estava claramente errado, mas ainda assim eu não tinha percebido. isso porque minha empolgação pra começar logo tava bem grande.

eu confesso que sabia pouco sobre a história do livro (sim, eu faço letras. sim, eu prefiro literatura nacional. não, eu não acho que eu seja obrigada a conhecer todos os livros famosos do mundo - só um pouco). eu só tinha noção de que se tratava de adultério e de que o livro era importante, mais nada. pra começar, vou tentar resumir tudo aqui, rapidamente, sem entrar muito em detalhes: um médico chamado charles bovary, após perder sua primeira esposa, casa-se com emma (a tal madame bovary que dá nome ao livro). no começo tudo vai bem, até que emma passa a se sentir cada vez mais desiludida e insatisfeita com tudo ao seu redor, principalmente com seu marido. em um determinado momento, ela arruma um amante. depois, arruma outro. e o marido continua lá, firme e forte, sem desconfiar de nada e endeusando essa esposa como se ela fosse a última bolacha de todos os pacotes existentes. mas emma continua infeliz e, talvez para preencher seu vazio, gasta mais do que tem fazendo compras. isso faz com que a moça se encha de dívidas que a família não pode pagar. aí o final da história eu não vou contar, porque já é spoiler demais e eu realmente não sou dessas (a menos que você faça questão de saber, aí a gente conversa!).

sobre a história: meu resumo tá bem pobre, mas é basicamente isso mesmo que acontece. achei bem normalzinho pros dias de hoje, mas entendo que o livro mereça reconhecimento por ter sido escrito lá em 1857. isso porque, na época, imagina o choque que deve ter sido o fato de uma mulher ser retratada dessa forma - infeliz no casamento, mas dona de si o suficiente pra se envolver com quem bem entendesse do jeito como ela fez.

sobre a maneira como a história é contada: achei um saco. é aqueles livros com descrições absolutamente completas, com páginas e páginas falando sobre paisagens e coisas totalmente irrelevantes pro desenrolar dos fatos. eu acho legal saber dos detalhes, mas não acho nada bacana que a leitura se arraste com coisas desnecessárias. foi muito cansativo, eu lia sofrendo. falei mal do livro do começo ao fim, pra quem quisesse ouvir. demorei mais de um mês pra terminar e o livro tem pouco mais de duzentas páginas, sabe? se fluísse bem, eu teria terminado em dois dias...

sobre a própria madame bovary: como personagem principal de uma história, acho interessante. como pessoa pra se conviver, acho insuportável. o que significa que eu não gostei dela at all, mas nem por isso tiro o mérito da moça. não sei se vocês sabem, mas lá no século XIX inventaram o termo bovarismo, inspirado na própria bovary, que, segundo a definição da wikipedia (heh), "faz referência ao estado de insatisfação crônica de um ser humano, produzido pelo contraste entre suas ilusões e aspirações e a realidade frustrante". deu pra perceber que a mulher é uma chata de galocha? porque ela é. nada tá bom, tudo é insuficiente, sempre falta alguma coisa, nunca tá do jeito que ela gosta. eles até mudam de cidade pra ver se ela fica mais feliz, ela faz apenas o que bem entende, o marido só falta colocar a bonita num pedestal, e ela continua achando que a vida dela é uma bosta e blablabla. um saco.

sobre o final do livro: odiei. fiquei surpresa com os últimos acontecimentos, eu realmente não tava esperando. mas olha... não acredito que me arrastei por mais de trinta dias pra ler esse livro chato e ele terminou daquela maneira. flaubert, meu bem: achei ofensivo, troca! e se você aí tiver se perguntando e quiser saber o que acontece, cê vai ter de ler o livro ;)


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