sábado, 4 de julho de 2015

eleanor, park e as caraminholas da minha cabeça

finalmente, depois de uma infinidade de tempos querendo, eu li eleanor & park, da autora americana rainbow rowell. peguei emprestado com uma amiga (<3) e li rapidinho, em questão de uns três dias.  a leitura é fácil, bem gostosinha. e a história é envolvente pra caramba, contada em capítulos curtinhos que te fazem querer ler sempre mais e mais :)


{eu tô pra escrever esse post desde que eu li o livro, lá pra maio, talvez. mas eu não tava conseguindo organizar minhas ideias, o texto não tava fluindo, eu me enrolava toda com as palavras... não que agora eu tenha conseguido fazer isso com êxito, porque se eu reler o post pronto eu vou sentir até vergonha. tenho certeza que poderia ter ficado melhor. mais bem escrito, mais bem explicado, mais bem trabalhado. mas é o que temos pra hoje. contentem-se, por favor.

olha, não pretendo falar exatamente sobre o livro em si. eu até poderia fazer isso, mas confesso não consegui definir muito bem qual a minha opinião a respeito dele. eu gostei, é claro, já disse isso lá no comecinho. mas o final me deixou com um pé atrás. não decidi se achei bom ou ruim. entendo a necessidade daquele fim, mas ao mesmo tempo acho completamente desnecessário. então, como eu não fui capaz de entrar num acordo comigo mesma a respeito disso, vou deixar a história do livro um tantinho de lado e vou falar do que mais me surpreendeu enquanto eu lia: minha própria reação.

a princípio, tava tudo normal. romance young adult fofinho, personagens principais legais e bem feitas, a evolução da história também tava boa. até que as coisas tomaram um rumo que me fizeram desviar os olhos do livro e pausar a leitura. não porque tivesse ficado ruim de repente, não porque não me agradava mais. o problema é que eu tava me identificando com a eleanor. não em tudo (graças a deus, já que a menina mora com um padrasto abusivo e tudo mais), mas consegui me enxergar um pouquinho nela na relação entre ela e o park. e eu imagino que quem leu o livro entenda o quanto isso é problemático. mas como ninguém é obrigado a saber do que eu tô falando, vou fazer um resuminho rápido: ela sofre de baixa autoestima. ele é a primeira pessoa do sexo oposto que a vê com outros olhos e a acha bonita de verdade, especial de verdade, merecedora de amor de verdade. ela se acha infinitamente inferior a ele. mas o ponto é: ela passa a ser dependente dele. ela precisa dele. ela não consegue mais seguir sozinha. quando ele não tá lá, falta um pedaço. quando ele não tá lá, ela não sabe o que fazer. na verdade, ela não sabe o que fazer direito nem quando ele está lá. ela afugenta o menino, trata ele de maneiras diferentes, chora o tempo inteiro. e quanto mais eu lia e pensava "isso aqui tá muito errado", mais eu me assustava. se ela tava errada, eu também tô. em níveis menos assustadores, mas tô. (vejam bem, digamos que minha identificação tenha sido com 50% do que a eleanor representa. meu caso não é tão preocupante, juro.) 

o livro me fez refletir de jeitos inesperados. nunca imaginei que um livrinho desses que me servem simplesmente como entretenimento me fariam repensar minhas próprias atitudes. foi bizarro perceber que meu modo de lidar com as coisas, se for mesmo parecido com o dela, não é nada saudável. mas isso me ajudou a começar a mudar, mesmo que aos pouquinhos. baby steps, mas steps ainda assim.

agora mudando o foco do post, dando talvez um certo SPOILER, falando com quem leu o livro: no final da história, a eleanor envia o postal pro park com as três benditas palavras, que a gente não sabe quais são, mas que é bem fácil de supor. palavras essas que, imagino que vocês tenham reparado, ela não falou durante o livro inteiro. e deixou pra falar - ou melhor, escrever - só no final, muito tempo depois, em um cartão postal. eu imagino que seja porque antes, enquanto estavam juntos, o verbo amar não era necessariamente verdade. pra mim, o verbo precisar era muito mais forte. e depois, já separados, já distantes, ele não era mais uma necessidade. o que restava era amor, mesmo. 


ah, só um adendo: a música eleanor rigby, dos beatles, fica na minha cabeça sempre que eu penso nesse livro. por motivos óbvios, né? aproveita e escuta você também, vale a pena ;)  

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