sábado, 2 de agosto de 2014

um único livro pode conter incontáveis histórias

alguns dias atrás, fuçando na estante de livros dos meus pais, eu escolhi uns 7 pra fazerem parte da minha sempre crescente lista de próximos a serem lidos. dentre eles há os livros novos (no sentido de recentemente adquiridos e/ou bem conservados), os caindo aos pedaços, os de poesia, os de ficção, os baseados em fatos reais, os bem conhecidos e os que eu nunca ouvi falar.

eu tinha decidido que começaria algum desses quando terminasse o que estou lendo agora (harry potter and the goblet of fire, caso alguém se interesse em saber), mas tive uma leve crise de ansiedade e mudei de ideia. peguei o livro que fez meu coração bater mais forte e comecei a ler também. aliás, tenho o costume de ler mais de um livro ao mesmo tempo. vi em algum lugar que isso faz bem, ajuda a exercitar a memória ou algo assim. mas esse motivo é o de menos, faço isso porque me desconcentro fácil e, quando um dos livros não está mais prendendo a minha atenção, eu corro pro outro :)

voltando ao assunto... o meu eleito da vez é O Velho e o Mar, do Hemingway. sinceramente, eu não sei nem sobre o que é essa história (ainda tô na página 16 e, até então, não deu pra descobrir muita coisa além do que o próprio título já sugeria). mas esse livro é, de certa forma, bem especial. é um dos preferidos do meu pai e, pelo que eu saiba, ele já releu umas três vezes. a edição é de 1960, mas meu pai ganhou em 1972. na primeira página, aquela em branco em que os artistas costumam escrever as dedicatórias em dias de lançamentos, tá escrito o seguinte: "parabéns! ótima classificação no concurso 'sala do visconde'. SP 07/04/1972". não sei do que se trata, mas achei uma graça. :) enfim. o livro tem um carimbo da biblioteca pública do bairro informando que ele foi doado pra lá em 1971. ou seja, quando chegou nas mãos do meu pai ele já tinha passado por outras. ele já continha uma história - além daquela que aparece impressa em suas páginas.




as folhas estão todas incrivelmente amareladas, a capa tá colada com durex em vários pontos, há diversas marcas pelo livro todo, tem coisas aleatórias escritas a mão, é tão antigo que certas palavras não possuem mais a mesma grafia. e isso faz com que ele seja tão encantador! tanta gente já leu esse exemplar, tanta gente já sentiu coisas diferentes enquanto estava com eles nas mãos. imagina o tanto de coisa que ele poderia contar caso falasse! e, felizmente, eu estou entrando na história dele também. se eu vou gostar tanto quanto o meu pai eu já não sei, mas tenho certeza de que não vou me arrepender da leitura. 


* só como curiosidade: o Hemingway morou por um tempo em Key West, no sul dos EUA, e a casa dele acabou se transformando em uma espécie de museu. eu viajei pra lá com a minha família em 2012 e meu pai entrou na casa (sozinho, porque o ingresso era bem caro), tirou várias fotos e saiu de lá feliz da vida. <3

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