sábado, 5 de abril de 2014

hybris

pra começo de conversa, hoje em dia eu vivo entre o maior auto-controle e o descontrole total. esse último apenas em algumas poucas circunstâncias. mas antes eu só gritava, chorava e fazia mil barracos 24h por dia (fazer tratamento e virar uma pessoa normal pra quê, né?).
com meus míseros poucos anos de idade (e imensa imaturidade), ainda não consegui entender qual é o critério utilizado por mim, mesmo que inconscientemente, pra lidar bem ou não com as mais variadas situações.
eu poderia ser clichê e dizer que "o problema não é a gota d'água, mas é todo o resto que já tava dentro do copo e então ele transbordou". mas eu sinto que talvez não seja bem assim.
no fundo, eu acho que eu me descontrolo com quem eu sei que eu "posso" fazer isso. bem entre aspas porque ninguém merece aguentar piti alheio, então eu não poderia fazer isso com ninguém, mas enfim. na maior parte das vezes, meus chiliques são com a minha mãe. porque ela eu sei que me ama independente de qualquer coisa e que não vai me deixar pra trás por eu ser do jeito que eu sou (mesmo que eu seja insuportável). mas com todas as outras pessoas, eu fico com um pé atrás. não me "dou ao luxo" de ser a louca descontrolada sempre que me dá vontade porque: opa, calma lá, se eu for assim vou acabar sozinha.
tem gente que jura de pé junto que eu sou um poço de calma, porque nunca na vida me viu exaltada ou fora de mim. isso me faz dar risada, já que quem acredita nisso com certeza não me conhece quase nada. mas eu acho curioso de verdade esse tipo de afirmação. me faz pensar, refletir - e me assustar.
eu decidi, pro meu bem (e pro bem da minha mãe), que vou de verdade me esforçar pra não perder a paciência tão fácil. e nem por motivos desnecessários. por mais que isso seja absurdamente complicado, eu preciso tentar. nos momentos em que eu consigo manter a calma, fica tudo tão mais simples. quero de verdade que isso aconteça com cada vez mais frequência.
tanto é que esses dias alguém me perguntou se eu perdia a calma facilmente e a resposta, sem nem pensar, foi "não". e meio segundo depois eu já estava querendo me corrigir, mas não o fiz. porque se as palavras realmente têm algum poder, acho que um primeiro passo pra essa minha melhora é sair falando que eu já sou uma pessoa melhor.



hybris: do grego, "tudo que passa da medida; descomedimento"
(tô aqui mostrando pra vocês que: oi, meu professor de clássicos tá me fazendo aprender um tiquinho de grego e latim ^^)

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